O
culto à personalidade no Brasil parece ter se iniciado com o florianismo, seguido
de outros "ismos" como o getulismo, o janismo, o brizolismo, o lulismo,
consagrando a tradição na política brasileira de seguir homens em lugar de ideias.
O movimento para o surgimento do monumento em homenagem
ao Marechal Floriano Peixoto, surgiu no Clube Militar em 1904.
Com o projeto, logo se criou cláusulas para o concurso da execução do monumento. A
primeira foi que o monumento fosse de um artista brasileiro, e a segunda que
comungasse dos princípios políticos dos florianistas. Para atender essa condição somente dois
artistas participaram do concurso, o escultor Correia Lima e o pintor Eduardo
de Sá.
A comissão visava um monumento que tivesse grandiosidade no
seu conjunto, que impressionasse áà primeira vista pela beleza da sua
forma integral e que comovesse pela sua expressão alegórica. A intenção era sempre reviver, na memória das
futuras gerações, o que Floriano fez para unificação nacional de um povo.
Apresentadas as maquetes em 1905, a comissão artística escolheu
o projeto de Eduardo de Sá, o que gerou alguns protestos por não ser conhecido
o seu trabalho escultórico. Bem como o projeto evidenciava a filosofia
de Comte.
O monumento inaugurado em 21 de abril de 1910, data da morte de Tiradentes, reflete o
espírito positivista marcante no início da República, exaltando a nacionalidade
brasileira com grupos alegóricos lembrando os indígenas, os portugueses, os
negros e a presença católica no Brasil. Foi erguido por subscrição popular.
Nas laterais do grande pedestal vê-se um grupo representando
a nossa formação:
O primeiro apresenta dois indígenas, que representam os habitantes
pré-descobrimento. o elemento aborígene. Nesse grupo os índios com expressão
altiva, firme com o olhar e vigoroso busto. (quadro Inspirado no canto VI do
“Y-Juca-Pirama”, poema dos “Timbiras”, de Gonçalves Dias - poder de significação herói com força física,
astúcia e caráter notável).
O segundo, do outro lado do pedestal, representa a alegoria da conquista portuguesa e a dominação sob os indígenas, que possui forte
expressão no olhar e mão a cabeça.
A lado tem o terceiro conjunto alegórico, representando o
período da catequese simbolizada pelo Padre Anchieta e uma jovem admirando a
cruz cristã.
O ultimo grupo representa a colaboração da raça africana, representada por um casal com expressão de atenção e força, inspirados em uma passagem do poema
“Cachoeira de Paulo Afonso”, de Castro Alves.
A figura da mulher com vestes colantes, expressão forte, tranquila e meiga que representam a paz e o amor, tendo abaixo a placa de
inauguração.
No pedestal estão em baixo relevo de mármore branco representados os elementos que concorreram para a ação decisiva de Floriano na presidência.
Representando o exercito, na resistência heróica do General Gomes
Carneiro.
Na Armada, atualmente Marinha, a fidelidade do Almirante Jeronimo Gonçalves.
Na polícia, pelo General Fonseca Ramos
E o elemento civil, os jovens patriotas representados por Júlio
de Castilho e uma criança.
No topo do monumento encontra-se uma figura de mulher,
exprimindo a Pátria e um grupo principal constituído pelo Marechal Floriano
Peixoto, com espada em punho, as figuras de Tiradentes, José Bonifácio e
Benjamim Constant, que surgem da bandeira da República.
Atrás da bandeira, crianças representam as futuras gerações.
Na base as grandes datas da nossa história – 1500, 1822,
1888 e 1889 estão gravadas e no plano
inferior, as legendas “A sã política é
filha da moral e da razão”, “O amor por princípio e a ordem por base, o
progresso por fim” – “Libertas que sera tamen” .