A arte do ferro fundido chegou ao Brasil no século XIX, pelas mãos do imperador Pedro II, apreciador da beleza do estilo neoclássico, reproduzido nas peças das Fundições Val D' Osne. O primeiro chafariz em ferro fundido do Rio de Janeiro foi uma obra de Mathurin Moreau, instalada inicialmente na Praça XV de Novembro, no Centro da cidade. Hoje se encontra na Praça do Monroe, no final da Avenida Rio Branco.
Os jardins de Glaziou popularizaram por aqui as obras em ferro fundido, utilizadas também como elementos decorativos em edifícios públicos e nos jardins das residências mais nobres.
O primeiro parque público do Brasil, o Passeio Público, no centro do Rio de Janeiro, foi reformado por Glaziou em 1861, a pedido de D. Pedro II. Em meio a suas linhas românticas foram instaladas uma ponte (imitando troncos de árvores) e um conjunto escultórico de Mathurin Moreau representando as estações do ano.
No Campo de Santana, outro parque da mesma época e também localizado no Centro da cidade, quatro monumentais portões em ferro fundido permitem acesso ao jardim. Inaugurado oficialmente em 1880, durante as comemorações da Independência do Brasil, o conjunto é de 1873. Quatro fontes embelezam o parque – com a figura da “Jovem Europa”, de Mathurin Moreau –, instaladas no parque desde 1885, além da escultura da “Sereia”, de Serres, que ornamenta o lago artificial criado por Glaziou.
Em 1862, foi inaugurada na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, o Monumento a D. Pedro I. Para personificar ideais valorizados pela filosofia positivista de Auguste Comte, foram encomendadas quatro esculturas de Mathurin Monroe – “Fidelidade”, “Liberdade”, “Justiça” e “União” –, instaladas no entorno do monumento após a implantação dos jardins de Glaziou. As obras foram criadas em estilo neoclássico.
Um atraso na confecção e na entrega da encomenda fez com que as estátuas fossem instaladas em 1863, quase um ano após a inauguração da praça, onde permaneceram por muitos anos. Mais tarde, elas foram deslocadas para outras praças da cidade, somente retornando em 2005, quando da restauração do Monumento a Pedro I.
E assim Glaziou nos deixou um legado de esculturas das Fundições do Val D'Osne.