Elza Osborne nasceu em Niterói, se formou em
engenharia civil na turma de 1938 da Escola do Largo de São Francisco, onde
conheceu seu marido Jones Osborne, com quem sempre teve como companheiro profissional.
Fez concurso e foi admitida na Inspetoria de Águas
e Esgotos, que pertencia ao Ministério da Educação. Quando o serviço passou para
o âmbito do estado, ela se fez funcionaria da antiga prefeitura.
Em 1950, Elza Pinho Osborne assumiu o 14º Distrito
de Obras da Prefeitura do Distrito Federal, quando conheceu e se encantou com o
Teatro Rural dos Estudante, e decidiu criar um Teatro de Arena na Praça dos
Estudantes, em Campo Grande, sendo inaugurado em 11 de janeiro de 1958. Nesse
teatro foi encenada a peça de Elza, “Zé do Pato” sobre a vida de José de
Alencar. Este espetáculos foi levado no Festival de Teatro Amador e recebeu
quase todos os primeiros prêmios, uma de suas grandes alegrias como autora
teatral de Elza Osborne.
Durante sua gestão no Distrito de Obras, Elza
implantou praças ajardinadas, providas de play ground, se dedicou a criar
monumento nos bairros. Muitos deles ainda existentes nos bairros de Campo
Grande, Santa Cruz e Augusto de Vasconcelos.
Artur Azevedo em frente ao teatro em sua
homenagem e o grupo de abolicionistas: Francisco de Paula Nei, André Rebouças,
Afonso Celso, José do Patrocínio e Joaquim Nabuco.
Um dos monumentos de grande referência é o “Senhor
Quincas”, figura popular, com mais de cem anos de idade que posou para o
monumento em comemoração ao septuagenário da Lei Aurea, e representa uma
homenagem as religiões de matriz africana na pessoa do Paizinho Preto de Inhoaíba.
Outro homenageado foi Paschoal Carlos Magno, seu monumento foi erguido na
Praça dos Estudantes, sobre os auspícios do Teatro Rural de Estudantes, ao
diplomata, teatrólogo e líder dos estudantes, com o apoio da Senhora Elza. Este
monumento esta desaparecido, mas restou a foto da homenagem.
A Senhora Elza também homeneagou os colegas do serviço público, na pessoa de Franklin Rodrigues da Costa, quando inaugurou seu busto na área ajardinada do viaduto Alim Pedro em 1958. A escolha se deu pela dedicação do mestre de obras. Em 1949, ele sofreu um acidente de carro com o engenheiro Gastão Rangel, que faleceu em decorrência do acidente. O Senhor Franklin voltou ao trabalho ainda se recuperando do acidente, e sua disponibilidade chamou a atenção da engenheira chefe, sendo ele o representante dos funcionários na homenagem pública de 1958. Não foi encontrada nenhum registro dessa homenagem, somente notícia publicada no Jornal do Brasil em 6 de dezembro de 1958.
Figura - Notícia publicada sobre o acidente de Franklin
Rodrigues da Costa.
Na sua gestão também foram homenageados Ivan
de Azenoff, morador de Campo Grande que custeava a Festa da Lavoura, e
contribuiu na construção do Teatro de Arena ( projetado por Afonso Reidy), e Álvaro
Moreira que ao comemorar os seus setenta anos, foi homenageado pela iniciativa
do Grêmio Álvaro Moreira
Na praça João Esberard inaugurou uma cruz de
pedra em frente a Igreja Matriz, e na Praça Dom Romualdo instalou uma Fonte
Wallace, originária do Centro do Rio de Janeiro que se encontrava em desuso em
um depósito da Prefeitura, embelezando as praças.
Elza Osborne permaneceu como Chefe do 14º
distrito de Campo Grande durante oito anos consecutivos, sendo em 1958
destacada para ser a Diretora do Departamento de Parques e Jardins.
Imagem: Correio da Manhã 3 de maio de 1958 pág. 83
No antigo Departamento de Parques, atualmente a Fundação Parques e Jardins, teve como programa a construção de plays grounds nas praças (até hoje presente nos espaços públicos), florir os canteiros, acentuar a poda das árvores e restaurar as antigas estátuas.
Imagem: Diário Carioca 19 de
setembro de 1959 pág. 12
Imagem: Diário Carioca 15 de abril de 1959 pág. 12
Em 1962 acumulava o Cargo de Diretora da 4º (
Botafogo) e 5º DC ( Copacabana) e em março de 1966 assumiu como Administradora
Regional de Campos Grande, passando a organizar as obras e os eventos da
região.
Em 1971, de acordo com O Jornal de 23 de
dezembro de 1971, Elza Pinho Osborne foi uma das mulheres brasileiras que mais
se destacaram pela integração no processo de desenvolvimento sócio-político e
econômico do país, junto de: Maria do Carmo de Abreu Sodré, pelos seus serviços
a comunidade; Fernanda Pires da Silva, representando a comunidade luso brasileira;
Regina Mello Leitão, jornalista; Zilda Amado Henriques Bremaeker, farmácia;
Edilia Coelho Garcis, educação; Madame Campo, beleza; Bella Josef, comunidade
israelita; Cristina Ortis, musica; Aristolina Queiros de Almeida, política e
Elza Pinho Osborne, representante do serviço publico.
Em 1975, Elza assumiu a Administração
Regional de Santa Teresa permanecendo até 1978, completando assim 30 anos de atuação
na administração pública.