O homenageado foi o Paizinho Quincas, Joaquim Manuel da Silva, um escravo de grande popularidade na região, pela sua autoridade moral e conduta. Nasceu em 1º de janeiro de 1854 e viveu por 109 anos, falecendo em 1963, cinco anos depois da inauguração do monumento.
A inauguração ocorreu com pompa e caráter cívico na presença do Prefeito Negrão de Lima e autoridades locais, do escultor e da grande incentivadora da obra, a Sra. Elza Osborne, além do próprio Tio Quincas.
Inicialmente o conjunto era constituído pela estátua em bronze do Tio Quincas, ao centro da construção protegida por um lago, com repuxos luminosos e iluminação subaquática com 10 lampadas.
O obelisco de 9 metros de altura, revestido em pastilha bege, possuía letras de bronze afixadas com os dizeres: 13 de maio de 1888 – 13 de maio de 1958.
Na área posterior ao obelisco, um mural de 3 metros de altura por 6 metros de largura, dividido em dois painéis registra em pastilhas amarelas, pretas e vermelhas desenhos criados pelo artista.
No piso, pedras portuguesas pretas e brancas, reproduzem um Ponto de Rei Congo desenhado no terreiro de mãe Apolinário em Porto Alegre ( terra natal do escultor).
Nos anos seguintes à inauguração, sua importância cresceu e em 1983 a festa ao Preto Velho, passou a fazer parte do calendário oficial de eventos da Cidade do Rio de Janeiro, (Lei nº 476 de 14 de dezembro assinada pelo Prefeito Marcelo Alencar)
Por volta dos anos 90 (Século XX), a festa no dia 13 de maio era o maior acontecimento da região, durando vários dias e contando com a participação de diversos terreiros.
O monumento sem o homenageado em exposição, perdeu sua importância e a construção passou a ser vitimada pelo vandalismo e depredações, apesar das constantes limpezas promovidas durante o ano, em especial na época das festas.
Contudo, após uma tentativa de furto da estátua do Paizinho Quincas, a Administração Regional de Campo Grande optou por recolhê-la, reinstalando-a somente às vésperas dos festejos de Preto Velho, no dia 13 de maio de cada ano.
Anos depois, foi inaugurada em 1969 a Mãe Preta, ampliado a presença da cultura dos afrodescendentes.
A presença da imagem, representada por uma figura singela e protetora reuniu os adeptos e defensores dos cultos afro-brasileiros na garantia do espaço em homenagem aos Pretos Velhos, tanto que, desde 2006, fundadores da APAACABE (Associação de Proteção aos Amigos e Adeptos do Culto Afro Brasileiro e Espírita) buscam o resgaste da festa e a história da Praça.
O ano de 2011 foi marcado por grande transformação do bairro de Campo Grande e a construção de um viaduto na rua onde estava situado o monumento causou mobilização dos moradores e religiosos na defesa do monumento e do espaço da tradicional festa do Preto Velho.
Em 2013, a Associação de Proteção aos Amigos e Adeptos do Culto Afro Brasileiro e Espírita, adotou o monumento e, em parceria com a Prefeitura, promoveu o cercamento e a reinstalação da estátua do Paizinho Quincas, garantindo assim sua preservação.
Finalmente, no dia 13 de maio de 2014, após 56 anos de inaugurado o monumento, a festa em homenagem aos Pretos Velhos ocorreu com a presença definitiva da estátua do Paizinho Quincas e a recuperação de toda a construção.
Dados cadastrais:
Paizinho Quincas - http://www.inventariodosmonumentosrj.com.br/index.asp?iMENU=catalogo&iiCOD=972&iMONU=Paizinho%20Quincas
Mãe Preta - http://www.inventariodosmonumentosrj.com.br/index.asp?iMENU=catalogo&iiCOD=971&iMONU=M%C3%A3e%20Preta